quarta-feira, 13 de julho de 2011

A morte é importante para quem está vivo...

No dia 31 de março de 2010 eu postei um texto com o título “a morte, a tristeza e o esquecimento”, que foi bem aceito pelos amigos leitores e é um dos mais visitados do meu blogue (link aqui). Foi feito um comentário, no dia 6 de abril de 2010, por um leitor, cuja identificação é Guedes. Andei relendo o comentário e considero que valha a pena disponibilizá-lo agora, em forma de nova postagem. São comentários, como este abaixo, que nos permitem enxergar, claramente, a postura de pessoa convicta.

“Já tive ao longo da vida (41 anos), várias experiências com a morte de entes queridos em tempos diferentes (tios, pai, mãe, sogra, amigos) e em cada época a percepção da morte foi se modificando, no inicio era medo e revolta com deus e a situação inesperada, nos outros, conforme fui ficando "menos religioso", a aceitação e conformação foi mais fácil, só ficava saudade das pessoas, nenhuma revolta e quase nenhum medo, pois ficou claro que não teria a quem reclamar sobre o ocorrido e também não haveria motivo para medo pelo o que a pessoa poderia estar sentindo estando morta, ou o que eu sentirei quando morrer, pois ficou tudo bem mais natural, acreditar que tudo termina e se por acaso não terminar, não deverá ser ruim, pois antes de nascermos não sentíamos nada, já que não existíamos e quando morremos, deixamos de existir novamente. Quem sabe nosso "eu", consciência não seja como um programa de computador (personalidade) mais os dados (experiências) e quando morremos, seria quando o computador fosse desligado ou trocado e ficamos inertes no HD. Mesmo que este HD nunca mais seja usado, ficamos lá, se o HD for definitivamente destruído, não fará a menor diferença para o estado que estamos (inertes), ou seja, a morte só é importante para quem está vivo, tão logo morremos ela é insignificante. Uma coisa eu tenho certeza: inventamos deus e a religião pelo temor da morte, se esta não existisse, nem o sofrimento, estes conceitos sobrenaturais não existiriam.”

Nota: Grifos acrescentados.

Enéias Teles Borges

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