Loucuras da fé

Estive conversando com um religoso praticante, um efetivo membro de uma agremiação forte no Brasil. Ele relacionou algumas denominações que "são de deus" e outras que "são do diabo". Fiquei impressionado com os critérios que a entidade dele usa. Entre esses motivos há um que me chamou a atenção: igreja que não prega e cobra o dízimo é do diabo. Outro detalhe que considerei surpreendente: a capacidade de arrecadação de uma instituição é prova inquestionável de que ela é de deus. Fiquei pasmo: um pastor, padre ou qualquer líder religioso que fique doente tem que ser afastado. Doença é prova de que deus não está com aquele líder.

Eu analiso tudo isso como loucuras da fé. Só acreditei porque ouvi, porque perguntei e porque recebi as respostas. É impressionante como as entidades divulgadoras da fé são diferentes entre si e como se digladiam. A luta por um prosélito é similar à luta política por voto. Só que no mundo da fé é bem pior. Não existe a possibilidade de se eleger um desses líderes por voto direto. Logo, não há como afastá-lo...

Existem muitas pessoas com boas intenções, mas totalmente despidas de conhecimento dos fundamentos essenciais ligados à teologia. As denominações surgem, muitas vezes, aos gritos dos seus fundadores, que oferecem ao povo oprimido uma vida melhor, aqui na terra, e uma vida sem fim, na terra renovada. Para os que acreditam nisso é bênção sem fim! Melhorar de vida aqui e ainda ter vida eterna no futuro? Quem não quer? Basta acreditar e, claro, trazer oferendas. A salvação é de graça, mas para ter acesso a ela é necessário passar pela contabilidade financeira dos braços direitos de deus na terra...

Enéias Teles Borges

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