Eu nasci no milênio passado, no ano de 1962. Por mais que eu me esforce não consigo me lembrar de qualquer evento que tenha acontecido antes daquele ano. A razão é simples: como eu poderia me lembrar se eu não estive presente? Sei que de 1962 para trás o que existe é a eternidade passada. Certamente de nada me lembrarei depois da minha morte. Será a eternidade futura. Nada eu sofri na eternidade passada, nada sofrerei na eternidade futura. Alegrias e dores só são experimentadas no presente de quem vive.
Tal reflexão poderá fazer muitos dizerem: "palavras de um ateu". Não! Eu não sou ateu. Sigo sendo agnóstico teísta. Acredito na existência de um ser superior. O que tenho repensado é algo muito sério: a religião. Não é por menos que estou sempre a dizer: a crença não faz mal, pode até fazer bem. Mas a religião, proselitista como a conhecemos, é deletéria. Não há como produzir bons frutos. É a crença, que insta em se imiscuir nos seios das culturas religiosas, que propicia o que há de bom nas vidas dos seres de fé.
O que viria, então a ser a religião como nós a conhecemos? De momento eu tenho uma resposta bem simples: a maneira como as pessoas são levadas a acreditar e a praticar decorre de um resultado. Tal resultado é a soma de todos os medos...
Continua...
Enéias Teles Borges
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