Fases da vida humana que me causam pesar, no que diz respeito ao
discernimento: infância e velhice. A criança não tem noção da vida e da
morte. O idoso, senil, perde tal noção. Temos, então, dois períodos na
vida humana que nos fazem ser semelhantes aos irracionais, no que tange à
preocupação quanto ao futuro. Aí eu
me pergunto: tudo o que idealizamos para o futuro, depois desta vida,
existe mesmo ou é fruto do único momento em que possuimos a
racionalidade plena? Enquanto pensa o homem sente medo.
Por sentir medo idealiza uma vida que não está na mente da criança e do
velho caduco? Tiremos do homem sua capacidade para pensar e muita coisa
que se crê existir, virará pó. A religião sabe trabalhar isso muito bem,
mas, frisemos: mesmo os líderes religiosos, quando crianças ou quando
senis, não se preocupam com o que vem depois desta curta vida. O que
reforça a pergunta: o futuro maravilhoso existe ou é idealização
irracional da mente supostamente racional humana? Os "irracionais"
crianças e velhos, são mais racionais do que os "racionais" homens de
mente ainda pensante? Mais um motivo para se perguntar se a religião
trabalha com a realidade ou com o medo...
Enéias Teles Borges
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