Um dia, assistindo a um documentário na TV a cabo eu me deparei com uma
cena desagradável: um leopardo atacando um filhote de Zebra. A mãe da
zebrinha ficou de longe olhando e depois, vendo que nada mais podia
fazer, foi embora, seguindo a manada de zebras e gnus. Na selva acontece
muito disso. Por que digito isso? O que mais me impressiona, nos dias
de hoje, é a semelhança que existe entre aquela floresta e a nossa selva
de pedras. Não vou dizer que pais e mães, quando veem um ente querido
partir, simplesmente viram as costas e passam a acompanhar a multidão.
Não é isso! Ocorre que a vida humana, uma entre quase sete bilhões,
parece ter pouquíssimo valor. Todo dia os jornais noticiam o falecimento
de alguém, conhecido nosso ou não. Acidentes de carros, de aviões,
assaltos, calamidades e afins. Vidas surgem e vidas se vão. Seria muito
bom se conseguíssemos não achar tudo isso tão trivial. A morte nos
assusta quando é próxima de nós, intimamente próxima. Fora isso o ser
humano, como que sem escolha, vira as costas e segue seu rumo...
Enéias Teles Borges
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