Estou cada vez mais maravilhado com o avanço da astronomia. É impressionante o que nos chega quase que diariamente. Imaginem como deve ser num sistema binário, conforme reportagem que seguirá.
Descoberto sistema de dois planetas em órbita de estrela dupla
Um sistema binário, composto por uma estrela anã vermelha e uma anã branca que giram em torno uma da outra, abriga também dois planetas gigantes gasosos, diz artigo publicado no periódico Astronomy & Astrophysics. A estrela dupla, NN Serpentis, fica a 1.670 anos-luz da Terra.
Cientistas já suspeitavam que houvesse pelo menos um planeta no sistema, mas a equipe responsável pelo artigo, que inclui pesquisadores da Alemanha, EUA, Chile e Reino Unido, demonstraram que eclipses das estrelas e irregularidades no movimento dos astros, detectados ao longo de uma série de 20 anos de imagens, seriam melhor explicados pela presença de dois planetas gigantes.
O maior dos gigantes gasosos tem 6 vezes a massa de Júpiter e completa uma órbita da estrela binária a cada 15,5 anos; o menor tem 60% mais massa que Júpiter e faz uma órbita a cada 7,75 anos.
Um dos autores do trabalho, o pesquisador Tom Marsh da Universidade de Warwick, diz que, embora tenham massas diferentes, os dois planetas podem ter aproximadamente o mesmo tamanho, que seria ainda o tamanho da anã vermelha do sistema.
"Se seguirem o padrão que vemos no nosso sistema, de gigantes gasosos dominados pela cor amarela ou azul, fica difícil escapar da imagem desse sistema como uma gigantesca mesa de sinuca, com uma bola vermelha, duas bolas coloridas e a bola branca", acrescentou, em nota.
A anã branca é o que resta de uma estrela semelhante ao Sol. Há milhões de anos, ela deve ter se expandido, tornando-se uma gigante vermelha. Isso fez a outra estrela do sistema se aproximar até a órbita estreita atual. Por fim, a estrela gigante terminou de eliminar boa parte de sua massa, reduzindo-se a uma anã branca.
Se os planetas já estavam presentes, suas órbitas devem ter sofrido mudanças dramáticas durante esse processo de transformação. "Uma alternativa é que os planetas tenham surgido recentemente, a partir do material expelido", disse Vik Dhillon, da Universidade de Sheffield, outro autor do estudo.
(Estadão)
Enéias Teles Borges
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