segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Deus está morto?


A revista Galileu, num texto de Cássio Starling, chama a atenção do leitor para o surgimento de um novo “kit” ateu, que vem sob o título de neoateísmo. A argumentação é escudada numa lógica simples e de difícil refutação. Os ataques são fulminantes (isso não quer dizer que estão repletos de razão), conforme texto exemplificativo:

"Sugiro que 1 bilhão de cristãos se juntem para rezar por um, apenas um, amputado. Peçam para que o membro perdido volte a crescer. Impossível? Isso ocorre diariamente com as salamandras, sem que, presumivelmente, nenhum pastor reze para que aconteça." Essa ideia é uma amostra do terreno lógico sobre o qual se alicerça o mais recente ataque a Deus. Seu autor, o ensaísta norte-americano Sam Harris, estudou filosofia em Stanford e conclui um doutorado em neurociência sobre como o cérebro lida com a crença. Isso deu a ele a base necessária para que escrevesse A Morte da Fé - Religião, Terror e o Futuro da Razão, livro que chega agora ao Brasil pela Companhia das Letras (Revista Galileu).

Nota: É mais uma batalha que leva na direção do nada! Os argumentos utilizados pelos neoateus têm o mesmo efeito dos argumentos dos criacionistas, pois são argumentos surrados contra argumentos igualmente surrados. Os ateus divertem-se sugerindo que os criacionistas são bobos e os criacionistas cristãos, citando a Bíblia, repetem o milenar discurso que afirma: “disse o louco no seu coração, não há Deus”. Neste embate, cujo troféu será o nada, todos perdem. O que emerge? A intolerância, que antes era exclusividade quase total dos criacionistas, conseguiu novo aliado: os neoateus! É lamentável!

Quem ganha mais com isso? Aquele que investe neste tipo de aventura! Imaginem quantos livros e revistas são comprados por partidários dos dois lados! Aquele que escreve ganha! Aquele que refuta, não o faz de graça! Na guerra entre teístas e ateístas a massa perde, mas sempre existe a minoria que aufere resultados: a que vê em tudo isso uma fonte de comércio eterno! Querem ter uma idéia do que acabei de digitar? Basta seguir o link abaixo. Convém ler todo o conteúdo. Depois eu sugiro que você, leitor amigo, pare e pense: quem ganha? Quem perde? Vale mesmo seguir por essa trilha?



Enéias Teles Borges
Postagem original: 17/11/2009

4 comentários:

Ricardo Cluk de Castro disse...

Enéias,

O ateísmo está apenas despontando no continente americano, e o embate com a religiosidade será cada vez mais acirrado até que as forças em oposição encontrem um ponto de equilíbrio. Isso pode levar algumas gerações.

Nenhuma das ideologias sairá vencedora. Deus sobreviverá a toda lógica ateísta, que por sua fez não sucumbirá ao apelo emotivo da religião.

O certo é que o número de ateus declarados aumentará exponencialmente, como tem acontecido no continente europeu, até que, como já foi dito, encontre um ponto de equilíbrio dentro da sociedade.

Em relação ao título da postagem – “Deus está morto?” – é sabido que o “deus de uma geração é o entretenimento da seguinte”, ou seja, Deus está sempre morrendo com uma geração só para dar espaço para um novo modelo de divindade que surgirá com a geração seguinte. É assim que as religiões vão se acomodando ao avanço, ou retrocesso, cultural das sociedades.

Cleiton Heredia disse...

Deus só morrerá de forma definitiva quando conseguirem extirpar para sempre a fé do ser humano, ou seja, Deus nunca morrerá!

Porém, concordo com o Ricardo que a situação caminha para um equilíbrio de forças.

Toda ação resulta em uma reação contrária na mesma intensidade, porém no sentido oposto. Com tanto ataque direto dos teístas contra os ateus, a coisa só poderia dar nisto.

Percebo que os ateus tem demonstrado disposição para discutirem o assunto sempre no campo das idéias, sem precisar chamar seu opositor de inimigo ou desejar que seja morto em nome daquilo que chama de "verdade". Pena que a recíproca não seja verdadeira (a história está aí para quem quiser conferir).

A.Porto disse...

Mas amputação é doença?
Depois os ateus ficam bravos quando alguém diz que vai crer na evolução se uma macaca der á luz a um ser humano.

Enéias Teles Borges disse...

Algumas pessoas, em razão da doença, precisam de amputação de membros. Não seria interessante se houvesse uma restauração da pessoa, revertendo a amputação e curando a tal doença?

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