domingo, 26 de agosto de 2012

Nada como o tempo

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.

Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o "alguém" da sua vida. 

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. 

O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você. 

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!  

(Autor desconhecido)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A crença no sobrenatural é perigosa

Há trinta anos o psicólogo americano Michael Shermer se dedica a combater superstições. Ele criou uma ONG, uma revista (Skeptic Magazine), sites e programas de TV focados em promover o pensamento científico e desmascarar charlatões. Shermer, que chega ao Brasil no fim deste mês para uma série de palestras, é autor de quinze livros. O último, Cérebro e Crença, foi lançado em português na semana passada. Nesta entrevista, publicada na edição de VEJA desta semana, ele diz que a tendência a se iludir com fantasias é própria do processo mental humano e defende o combate à crendice em favor do progresso. 

Por que as pessoas acreditam no inacreditável? 

A evolução fez do cérebro uma espécie de máquina de reconhecimento de padrões na natureza. Às vezes, esses padrões são reais, mas na maioria dos casos são fruto da imaginação. Milhões de anos no passado, ao ouvir um barulho vindo da mata, um hominídeo poderia supor que se tratava de algo inofensivo, como o vento. Se estivesse errado, e fosse um predador, correria o risco de ser devorado. Nosso ancestral poderia, por outro lado, imaginar a presença de uma divindade perigosa no mato e se afastar o mais rápido possível.

A segunda opção é a que a maioria adota. Imaginar o perigo e fugir garante a sobrevivência, mas também a ignorância. Ir até o mato verificar do que realmente se trata o barulho exige curiosidade e uma batalha contra os instintos. É nessa categoria, a dos homens que não se rendem a narrativas fictícias, que se encaixa o cientista. Os crentes seguem a trilha inversa, a dos que se contentam com suposições sobrenaturais. É um fenômeno que tem a ver com a química do cérebro: a convicção de que o pensamento mágico é o que basta para a compreensão do universo produz uma sensação de prazer. Ficamos felizes em imaginar que seres místicos, sejam eles deuses ou extraterrestres, se preocupam e cuidam de nós. Não nos sentimos sós. 

Como se sabe que o cérebro é propenso a acreditar no fantástico? 

A neurociência identifica padrões de ondas cerebrais distintos que nos levam a criar crendices e a ter prazer na constatação de que temos respostas às nossas dúvidas. Em situações extremas, como as enfrentadas por quem está no limite da resistência física ou próximo à morte, o cérebro reage com a redução da atividade na área responsável pela consciência e o aumento em regiões ligadas à imaginação. Essa reação natural está na origem das alucinações. Não há mistério nesse processo. Os cientistas são capazes de produzir visões ou a sensação de transcendência espiritual com o estímulo artificial de certas áreas do cérebro. 

O senhor foi um cristão evangélico ativo no esforço de atrair fiéis para sua igreja. Como se tornou um cético? 

Somos mais abertos à religião na juventude e na velhice. Naturalmente, no fim da vida é comum procurar por conceitos reconfortantes, ainda que irreais. No meu caso, o apelo da crendice me atingiu na juventude, como uma explicação fácil para tudo o que existe. A religião tem um apelo social enorme. O ambiente alentador de uma comunidade ajuda a afastar as dúvidas até daqueles que não acreditam plenamente no sobrenatural e nos dogmas religiosos. Desvencilhei-me da crença ao entrar para a comunidade científica. O método científico, cujo princípio básico é o de que qualquer afirmação deve ser comprovada em experimentos repetidos, alimenta o ceticismo e favorece o progresso. 

O que faz com que a ciência seja a melhor ferramenta para explicar o mundo? 

A ciência é democrática. Qualquer um pode estudar e chegar a conclusões racionais. Cientistas estão abertos à possibilidade de estarem errados e, por isso, promovem a invenção e a reinvenção de conceitos. É o que garante o avanço do conhecimento. A crendice é intolerante. Fixa uma verdade e não abre espaço para perguntas. Se nos apegássemos apenas ao sobrenatural, nunca teríamos saído da floresta e criado a civilização. 

No mundo moderno, ainda precisamos da crença? 

É impossível deixar de crer. A ciência também depende da nossa capacidade de elaborar crenças. Qualquer experimento nasce com uma premissa baseada no que se acredita ser verdade. Ideologias também precisam da habilidade de crer. Eu acredito no liberalismo, na democracia e nos direitos humanos. Podemos, porém, abandonar o que não pode ser explicado, como deuses e bruxos. Não nos faria falta. 

Há vantagens na crença? 

A evolução nos concedeu a habilidade de acreditar por boas razões. A crença em divindades nos levou a temer o mundo e, com isso, nos ajudou a sobreviver nele. Também contribuiu para a formulação de leis que regiam comunidades primitivas. A moral e a ética nasceram na religião. 

Se a ética tem origem religiosa, por que ela prevalece na sociedade laica? 

As igrejas se tornaram um fator de corrupção, motivo de guerras e perseguições. Por sorte, presenciamos o declínio da crença no sobrenatural. Países do norte europeu, onde apenas um quarto da população segue alguma religião, têm índices de criminalidade, suicídio e doenças sexualmente transmissíveis inferiores aos de estados em que a maioria dos habitantes é de crentes, como os Estados Unidos e o Brasil. Se a religião se declara um bastião da bondade, por que, historicamente, estados teocráticos são mais suscetíveis à criminalidade do que os seculares? 

Apesar de vivermos na era da ciência, cresce a crença no sobrenatural. Por quê? 

É verdade que vivemos num mundo em que a ciência faz parte do dia a dia. Todos gostam de iPhones e admiram as naves que pousam em Marte. Mas poucos abdicam de crenças sobrenaturais e aceitam a ciência como ferramenta para explicar o universo. A maioria só quer aproveitar os produtos da ciência. Quando se trata de responder a dúvidas primordiais, como a origem do universo ou o sentido da existência, preferem explicações irreais, mas convincentes em suas narrativas fictícias. 

Por que o senhor se dá ao trabalho de combater a superstição? 

Sempre me perguntam por que não deixo os crentes em paz. Ocorre que a crença no sobrenatural não é inócua. Ao contrário, é bastante perigosa. Acreditar na dita medicina alternativa é um exemplo. Muita gente morre por substituir o tratamento médico sério por procedimentos supersticiosos, como o consumo de ervas com propriedades supostamente milagrosas. 

Não é possível provar a existência de divindades e criaturas fantásticas. O senhor concorda que também é difícil provar que não existam? 

O fato de não explicarmos um mistério não significa que ele exija explicações sobrenaturais. Só mostra que ainda não há resposta. O ônus da prova cabe aos crentes. O cético só crê no que é provado. Nesse aspecto, a ciência tem feito bom trabalho ao desmascarar mitos. No passado, já se acreditou que a Terra viajava pelo cosmo no lombo de um elefante. Existem 10.000 religiões. Espanta-me a arrogância de quem supõe que só uma crença seja correta em meio a tantas. 

O senhor leva em consideração que pode estar errado? 

Assim como todos, só descobrirei a resposta quando morrer. Como cientista, estou aberto à possibilidade de ter me enganado. Se houver um ou vários deuses, ficarei surpreso. Mas não tenho medo. Se há um Deus, ele me deu um cérebro para pensar. Meu pecado seria usá-lo para raciocinar e buscar explicações? Um ser benevolente não me puniria por utilizar bem as armas que me concedeu.

(Veja)

domingo, 12 de agosto de 2012

Dia dos pais do ano de 2012. Triste?


O dia dos pais de 2012 está sendo um dos mais tristes em minha vida. No dia 09/07/2012 meu pai sofreu um AVC e segue se recuperando com muitas dificuldades. Não é fácil para um senhor com 83 anos de idade sair de circunstância tão desfavorável. Ele está sofrendo e os filhos sofrem também.

Em toda a minha vida eu nunca vi meu pai chorar. Nem mesmo quando a mãe dele faleceu. Ontem (sábado) ele recebeu a visita de amigos da igreja. Ficou feliz e mesclou sorriso com choro. Primeira vez que o vi chorando. Disse que chorava de felicidade.

Ele alterna momento de extrema lucidez com confusão mental. É possível conversar com ele, ouvir histórias engraçadas do passado. Mais tarde ele muda. Parece viajar no tempo. Comporta-se como se estivesse em algum lugar do passado. Parece ser outra pessoa. Não essa de 83 anos. Conforme o que lhe vem à mente ele parece ter 60, 50, 40, anos ou menos. Fala de pessoas e locais do seu passado distante...

Não é fácil para um filho ver o pai desse jeito...

Razão pela qual eu, na condição de filho, estou enfrentando um dia dos pais diferente. Ruim mesmo!

Desejo que ele se recupere e que fique mais um pouco conosco. Há coisas boas que ainda poderemos fazer juntos.


Enéias Teles Borges

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A Bíblia Não Tinha Razão

Em "A Bíblia não Tinha Razão", dois arqueólogos debatem sobre a verdade histórica da Bíblia, recolocando o debate na perspectiva correta, construindo o que os outros cientistas já definiram como a mais profunda e elaborada síntese entre as Sagradas Escrituras e a arqueologia realizada no último meio século.

Nota: É a minha leitura atual. Entendo que livros assim devam ser obrigatórios em todos os cursos de Teologia. 

Enéias Teles Borges

E a Bíblia tinha, mesmo, razão?

Aparentemente, a gente vai viver eternamente um verdadeiro conflito entre o pensamento racional e o pensamento religioso. Tudo teve início lá na Grécia Antiga, quando os primeiros filósofos propuseram uma nova maneira de interpretar o mundo, em choque com os sacerdotes e as pitonisas. E não tem sido diferente nos últimos séculos, quando, principalmente, a ciência refinou-se e encontrou novos métodos de pesquisa.

O post de hoje traz duas interessantes dicas de leituras. A primeira é o livro “E a Bíblia tinha razão”, de Werner Keller. O autor se propõe a pesquisar fatos supostamente históricos e provar acontecimentos narrados na Bíblia cristã. Religiosos dizem ser uma verdadeira reportagem histórica e com fundamento. Quem ler poderá fazer o julgamento.

O livro acabou se tornando um verdadeiro fenômeno, principalmente nas correntes de pesquisas teológicas do protestantismo, uma vez que o autor estaria comprovando fatos que eram tidos até então como mito por alguns cientistas. Até hoje é um sucesso de vendas em todo o mundo.

O livro citado foi um verdadeiro abalo científico: uma glória para religiosos e teólogos, uma destruição para historiadores e arqueólogos. Werner Keller foi massacrado por ter, supostamente, forjado provas e ter misturado fatos históricos com muita anacronia (associando fatos que ocorram em tempos e em espaços bem diferentes e distantes). A partir disso, dois arqueólogos lançaram a refutação.

Numa obra iconoclástica e muito provocadora, os arqueólogos Israel Finkelstein e Neil Silberman refizeram os passos de Keller mostrando que muitos acontecimentos supostamente bíblicos não teriam acontecido. Dois fatos relatados e pesquisados pelos arqueólogos: o grande êxodo jamais teria acontecido e não houve escravidão judaica no Egito – esta porque não há nenhum relato egípcio da presença de escravos hebreus em seu território.

É reconhecido que os egípcios tiveram uma historiografia bastante meticulosa e metódica. Tiveram a preocupação de relatar em seus anais até mesmo suas derrotas para inimigos, as rixas entre sacerdotes, as invasões devastadoras e as maiores humilhações. Entretanto, em nenhuma anotação deste povo há as referências que a Bíblia aponta.

O livro “A Bíblia não tinha razão” é uma compilação dos conhecimentos arqueológicos mais recentes, com traduções de textos egípcios, hebraicos, sumérios e mesopotâmicos. Vale a pena conhecer um livro e depois o outro a fim de tirar suas próprias conclusões. Neste volume, os autores acusam o anterior de não ter tido o cientificismo de separar fato e farsa, ilusão e lenda, e tentar forjar provas.

Ambos são livros bastante desafiadores e polêmicos para os dois lados desta moeda. Vale ressaltar que essas duas formas de ver o mundo coexistem há séculos, e são somente formas de ver o mundo como há outras: a religião, a razão, o senso comum etc
 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Reminiscências confusas...

Minha família está enfrentando um momento muito difícil. Meu pai, que hoje conta com 83 anos, sofreu um AVC Hisquêmico e está acamado. Sofrendo muito. Não sofre sozinho. Filhos, netos e amigos sofrem junto. 

O curioso é que ao longo dos meus 49 anos de idade, só vi meu pai enfrentando problemas de saúde duas vezes: quando fez uma cirurgia necessária e quando teve grave problema na cervical. Em resumidas palavras: é como se ele fosse imune a qualquer tipo de doença. Mesmo na idade que tem, está reagindo valentemente. 

Não quero ficar preso à doença dele e sim aos efeitos da idade na vida humana (que me vieram à mente em virtude do especial momento). Interessante notar que não sofrer os efeitos da velhice só será possível ao vivente que vier a falecer antes dela chegar. Quem quer morrer jovem para não passar pela velhice?

Meu pai, em razão da medicação, está muito confuso. Meio sem noção do tempo no qual se encontra. Fala de assuntos atuais como se fossem antigos e antigos como se fossem novos.

Reminiscências confusas...

Muitas delas muito interessantes. De repente volta até nossa memória, parte da memória dele. Fala de temas de nossa infância. Trata de amigos antigos como se com eles tivesse conversado no dia anterior.

Será que ele voltará à normalidade? Poderemos contar-lhe desses momentos que agora vive?

Não sei...

Sei que a vida passa, a velhice caminha em nossa direção...

Enéias Teles Borges

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Os Mistérios de Jerusalém

Romance policial, de aventuras e de cultura. Em Nova Iorque, Paris, Moscovo, e mesmo nas margens do Mar Morto, um manuscrito com mais de dois mil anos faz correr muito sangue. Desvenda um dos 64 enigmas que ainda hoje protegem o tesouro do Templo de Jerusalém. Para além da cobiça do ouro, eruditos, mafiosos e terroristas tentam obter esse manuscrito milenar porque ele poderá também ajudar a esclarecer o mistério dos mistérios: por que Jerusalém? Por que foi escolhida por Deus — para aí construir a sua morada — uma aldeia situada nos flancos áridos dos montes da Judeia? A resposta encontra-se nas próprias fontes da história desse lugar, onde desde o princípio dos tempos se têm cruzado todas as esperanças e todas as violências. Revelar os mistérios de Jerusalém fará o mundo tremer.

Nota: Acabei de ler. Recomendo aos amantes do tema. Interessante a maneira como assuntos são abordados, numa mistura de ficção com a realidade.

Enéias Teles Borges

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