quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Barak Hussein Obama

Barak Hussein Obama
Enéias Teles Borges
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O texto abaixo foi extraído do excelente blog Via Política do André Henrique. Recomendo a leitura completa do texto e a adição do blog aos seus favoritos.
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A eleição de Barack Obama para presidente dos Estados Unidos vem sendo tratada com excessiva empolgação e pieguice. Em função disso estão sendo criados mitos que custarão caro lá na frente. O primeiro deles é de cunho racial, setores da mídia, da intelectualidade e da política estão insistindo na retórica do “primeiro presidente negro eleito na história dos Estados Unidos”. Outro mito é caracterizar Obama como uma vítima cronológica, e acima de tudo um salvador. Ao se preocuparem com essas clivagens abstratas e boçais, estes setores deixam de priorizar o que realmente importa – a democracia.
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Texto completo: (Via Política).

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Pomerode - SC

Pomerode
Enéias Teles Borges

Pomerode sofre com as chuvas. Confesso que sofro também. Passamos o Natal de 2004 lá, naquele lugar que parece um canto do Paraíso. Ela estava vazia pois quase todos os moradores tinham descido rumo ao litoral. A cidade era “nossa”. Ficamos num hotel agradável e fomos muito bem atendidos. Visitamos dois pequenos templos da Igreja Adventista do Sétimo dia e no dia 31 de dezembro assistimos a um "pedaço" da programação na Igreja Luterana.

Causa comoção ver o estado no qual se encontra aquela linda cidade - em face das chuvas.

Segue abaixo um pouco da história da cidade:
Assim como diversas cidades brasileiras, Pomerode surgiu com a imigração alemã no Brasil, em 1861, com a chegada dos primeiros imigrantes. A criação da colônia, estrategicamente entre Blumenau e Joinville, foi incentivada pelo grupo do Dr. Hermann Blumenau, para que fortalecesse o comércio entre ambas. Os lotes de terras foram divididos entre os imigrantes, que passaram a se dedicar às produções de arroz, batata, fumo, mandioca, feijão e na criação de animais. Com a chegada do século XX, pequenas indústrias se instalaram na região, com destaque para as de porcelana.

A maior parte desses imigrantes alemães vieram da região histórica da Pomerânia, situada entre o norte da Alemanha e Polônia e de onde se origina o nome do município. Os pomeranos são descendentes de uma mistura de povos germânicos e eslavos e, desde o século XII, quando passaram a fazer parte do Sacro Império Romano-Germânico, sofreram um processo de germanização de seu idioma e costumes. Quando chegaram ao Brasil, os pomeranos não se identificavam como sendo alemães, pois possuíam características culturais distintas porém, com o passar do tempo, acabaram se incluindo entre os alemães.

Dentre os diversos grupos de alemães que imigraram para o Brasil, os pomeranos formaram uma minoria e por isso, quando chegavam ao Brasil, mesclavam-se com outros grupos de alemães, o que contribuía para perder sua herança cultural. Apenas em três localidades brasileiras os pomeranos formaram a maioria dos imigrantes, contribuindo assim pela manutenção dos seus costumes: em Santa Maria de Jetibá, no estado do Espírito Santo, São Lourenço do Sul, Morro Redondo e Arroio do Padre, no Rio Grande do Sul, e em Pomerode.

Com o fim da II Guerra Mundial, a maior parte da Pomerânia foi anexada à Polônia e uma pequena parcela ficou na Alemanha, chamada de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. Muitos pomeranos se refugiaram na Alemanha Oriental ou imigraram para outros países, com isso, acabaram por perder grande parte de seus costumes. De fato, o Brasil tem mais falantes da língua pomerana do que a própria Alemanha.

No Brasil, a II Guerra Mundial também foi decisiva para a nacionalização dos imigrantes alemães: o presidente Getúlio Vargas, após declarar guerra contra a Alemanha, proibiu o uso da língua alemã no País, além de proibir a construção de casas sob arquitetura germânica ou manifestação da cultura da Alemanha. Isso afetou Pomerode e todas as colônias alemãs do Brasil, que passaram a se abrasileirar.

Ao todo, 300 mil brasileiros são descendentes de alemães pomeranos.
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Fonte: (wikipédia).

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Consciência negra

O feriado de 20 de novembro é novo e inovador. Novo porque entrou em vigor faz pouco tempo e inovador por chamar a atenção para uma classe específica do povo: a que tem a pele escura.

Nem se sabe se um feriado assim é útil. Fato é que está sendo marcante a quantidade de providências que estão acontecendo no Brasil em decorrência da “consciência negra”.

De certa forma o movimento pró-negros está alcançando dimensão mundial e não é possível afirmar se é 100% bom ou se é ruim. A sociedade valorizará mais as pessoas “de cor”? A sociedade reagirá negativamente quanto a isso?

Alguns acontecimentos recentes estão fazendo um chamamento ao assunto do racismo e inclusão no mundo. Alguns atores negros vêm ganhando o Oscar e no Brasil muitos atores estão assumindo posições de destaques nas tramas. A televisão e o cinema costumam formar e direcionar opiniões.

Ademais não nos esqueçamos de Barak Hussein Obama e do campeão de Fórmula 1 Lewis Hamilton.

Existe um movimento de simpatia global, mas é preciso ver tudo isso com muita cautela. Vejam algo interessante: as cotas nas universidades federais. São 50% para alunos oriundos das escolas públicas, negros e índios...

Até que ponto essa “overdose” compensatória é boa?

Quem viver verá!

Enéias Teles Borges

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Retorno ao mundo - III


O homem sabia, porque aprendeu a crer assim, que lá adiante existia uma herança para ele. Sabia também que para chegar até o local onde estava sua riqueza ele deveria passar por vales e montanhas, desertos e florestas. Estava consciente de que seria difícil chegar lá e não tinha certeza de que alcançaria seu oásis. Poderia morrer antes. Concluiu que por mais maravilhosa que seja uma riqueza à espera é preciso antes trilhar o caminho até ela...

O caminho que se deve percorrer até alcançar o futuro desejado é o “retorno ao mundo”. Por mais forte que seja a esperança quanto à realidade futura e distante, existe a vida na terra a ser vivida. Viver só em função de uma vida futura pode levar o vivente a se desgraçar no hoje.

O retorno ao mundo e a permanência nele pelo tempo que for necessário é o supra-sumo da realidade. É impossível alcançar o ideal sem viver o mundo real!

A alienação a qual muitos estão sujeitos (ou se sujeitaram) tem colocado uma venda nos olhos ao ponto de fazer com que se viva como se “só houvesse o amanhã”...

Amigo leitor:

Ao final deste terceiro texto eu o conclamo a essa simples reflexão: quer viver sentido a brisa suave da esperança? Assuma a realidade de que “viver com esperança não significa viver com a realidade” e enquanto o futuro não chega, vivamos o presente!

Enéias Teles Borges

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Retorno ao mundo - II



No retorno ao mundo muito se deve ouvir e pouco se deve falar. Dizem que não se pode deixar de viver no mundo do jeito que ele é. Não se pode viver como se só houvesse o amanhã. Morrendo hoje de que adiantaria o dia seguinte? Pensam assim aqueles que dizem manter os pés no chão. Citam, inclusive, Jesus: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” (João 17:15).

Aqueles que consideram esse mundo como uma passagem obrigatória e nada mais do que isso se fundamentam em I João 2:17: “O mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”.

O que dizer sobre tudo o que se ouve? Na realidade existem tantas maneiras de pensar e de viver que é possível separar aqueles que retornam ao mundo daqueles que nunca saem dele. Para estes últimos não há como sair do mundo pelo simples fato de que só existe ele. Sair para onde?

Sem entrar em ideologias e religiões o que podemos constatar é que às vezes chove lá fora e às vezes não. Virtual ou real o mundo está aí e ao que tudo indica é sensitivo! Por mais que alguém se encha de esperança quanto ao futuro em outra dimensão não é possível deixar de vivenciar a realidade presente. Esse sim é o retorno ao mundo! Não adianta torcer e desejar, nem mesmo odiar. O mundo está aí para ser vivido ou abandonado via morte! O que virá depois? Que cada um tenha livremente a sua teoria...

Continua...

Enéias Teles Borges

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Retorno ao mundo - I


Os últimos textos postados aqui versaram sobre um assunto que transcende à realidade no planeta terra. Os tópicos “umbigo do mundo”, “caixinha de porcelana” e “reino divino” reflexionaram acerca do ideário humano num contexto voltado para a vida espiritual.

Precisamos, enquanto o futuro almejado (certo ou incerto) não vem, ter em mente que estamos com os pés na terra e neste nosso mundo presente alguns “fenômenos” seguem ocorrendo.

No mundo atual estamos batendo numa crise que nos parece sem precedentes. Estamos numa gangorra que foi promovida pela ciranda financeira global. A marcha humana é em direção ao caos. Os depósitos de esperança capitalista fazem o mundo tremer!

De repente surge um nome que traz esperança, mas não deixa de ser uma incógnita: Barak Hussein Obama. Primeiro presidente negro, eleito para o próximo exercício. Tem sido objeto de comparações: Lincoln e Kennedy. Ambos inovaram e os dois foram assassinados. As comparações são em todos os aspectos?

Enquanto Obama não assume o mundo segue girando. Bolsas asiáticas, bolsas européias, bolsas americanas... Recessão global! Muita gente, pouca comida, efeito estufa, catástrofes naturais, profetas de plantão...

Esse é o cenário, vão começar a rodar o filme. Qual será o final?

Enéias Teles Borges

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O reino divino - II

Há duas opções para a escolha do reino divino. Uma é (a) pela comodidade resultante da tradição. O reino escolhido é justamente aquele no qual o fiel já está inserido. Ele é convencido ou convence-se de que o reino divino no qual se encontra é o reino verdadeiro. Julga-se um privilegiado. Enquanto bilhões estão no reino errado, ele é o “sortudo” que já nasceu ou escolheu o reino correto.

A (b) outra forma é difícil e pode resultar em um dos dois finais possíveis. (1) O investigador poderá, no final, adentrar para o reino que lhe dá segurança. A segurança obtida é decorrente de uma escolha consciente e (2) pode ser que o investigador descubra que tal reino divino não existe (pelo menos não na forma como desejaria que fosse...).

Como podemos concluir existem duas possibilidades de habitar no reino divino e uma que exclui a existência de tal reino sob a égide de um ente poderoso.

Para o realista a busca ao reino divino é dura! De fato é penosa. Ele é sincero e sabe que o caminho iniciado é sem retorno. Ele poderá descobrir o “verdadeiro” reino ou simplesmente descobrir que ele é fruto do imaginário humano. Há que se ter coragem suficiente para seguir por esse tortuoso e estreito caminho.

Como sempre se soube o caminho da verdade é íngreme, curvo, cheio de contratempos... Mas é o caminho da verdade e ele não promete um final feliz. Promete, sim, um final verdadeiro. Essa verdade é aquela mesma da qual muito se falou: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Qual verdade e qual liberdade? A verdade é aquela descompromissada e a liberdade é aquela que nos livra do jugo do erro.

O problema é que os “idealistas” querem que a verdade e a liberdade coadunem com o seu desejo e com sua fé. Complicado, não é? Quem não quer assim? Qual a pessoa que não deseja um reino divino à sua imagem e semelhança?

Amigo leitor: o reino divino existe. Ele pode ser real ou pode ser fruto da imaginação humana. O reino divino pode ser uma criação do todo poderoso ou pode ser engenharia da mente humana. Pode ser maravilhoso e pode ser “um sonho lindo que se foi...”

Uma coisa é certa: ele existe!

Enéias Teles Borges
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sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O reino divino - I

O reino divino não é desse mundo. Assim sendo ele transcende qualquer tipo de concepção escudada no pensamento humano. Não sendo daqui é praticamente impossível imaginá-lo à luz da compreensão dos homens que são finitos e tendenciosos.

Vencida a etapa da fé, ou seja, crer na existência de um ser superior, mister se faz considerar como seria esse reino.

Em geral o terráqueo projeta o reino de sua divindade com base no seu existir humano. Em cada época da história o homem imaginou um reino divino. Hoje acontece assim também. Afinal como seria o reino divino?

Caso a busca às respostas parta de dados estatísticos nós teremos milhares de formatos do reino divino. Cada reino teria hierarquia e leis coadunando com o seu similar terrestre. Fica muito difícil imaginar esse reino divino - isto para quem está de fora. Para quem está dentro de qualquer protótipo na terra não será complicado. Cada um tem um reino divino com vestimenta feita rigorosamente sob medida. Enfim: cada extensão na terra tem, no seu imaginário, a concepção exata do reino divino.

Curiosamente existem fontes antigas que apontam para tudo isso. São livros famosos e milenares, que sobreviveram a todos os tipos de ataques. Esses livros são os sustentáculos das muitas nuances da fé. Desses livros emergiram os grandes conglomerados de culturas religiosas, com destaque para o Judaísmo, Cristianismo, Islamismo. Ainda existem “n” culturas orientais e afins...

Esses grandes aglomerados deram origem a milhares de pequenas culturas da fé. Cada micro célula tem uma projeção, tal corte de alfaiate, que descreve, rigorosamente, o formato do reino divino.

O reino divino é maravilhoso! Todos querem morar nele e por que assim almejam vivem, ainda na terra, num ensaio geral. Esse ensaio é uma tentativa de viver por antecipação “um pedacinho do céu” que é o reino divino.

Quem não quer ser cidadão do reino divino?

A primeira etapa para quem quer habitar no reino divino é crer em sua existência. O segundo passo é complicado. Existem muitos protótipos do reino divino. Qual seria o verdadeiro? Como escolher?

Continua...

Enéias Teles Borges
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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Caixinha de porcelana - III

Caixinha de porcelana - III
Enéias Teles Borges

A pergunta que alguns podem fazer é essa: “Alguma coisa contra os grupos detentores de filosofia de vida fechada?” A resposta é: “Não!” Nada contra qualquer tipo de procedimento individual ou coletivo, desde que não atente contra os princípios básicos de civilização. Não é esse o ponto!

Acontece que os habitantes das caixinhas de porcelana têm um costume de determinar que o comportamento deles é o comportamento ético correto e que todas as demais pessoas da face da terra necessitam ser iguais a eles. Eis aí o grande problema! Partindo do pressuposto que existe certa razão nisso surge uma pergunta inquietante: em face da diversidade de caixinhas de porcelana, qual seria a que os povos deveriam adotar?

Não é um problemão?

Essa peculiaridade é a que mais incomoda no mundinho das caixinhas de porcelana. Cada caixinha se julga paradigma para as demais e para todos os que estão fora de qualquer tipo de caixinha. Comportamento correto? Justo? Inocente? Arrogante?

Uma caixinha de porcelana só tem acesso a uma única fonte referencial: ela mesma! Daí considerar que as demais são entes equivocados não seria um absurdo? Como dizer que as demais estão erradas? Partindo exclusivamente do pressuposto de que ela, caixinha em tela, está correta?

No mundinho da caixinha de porcelana o mundo real se confunde com o mundo ideal e aí podemos ver, de forma solidificada, a estante existente em cada caixinha de porcelana: a estante na qual estão acomodados os vidrinhos de pílulas. As pílulas alienantes que são oferecidas às criancinhas desde a mais tenra idade...

E tudo em nome de Deus? Pergunta que insiste em não calar...

Com esse terceiro tópico paramos, por hora, com esse assunto. Foram três textos sob o título “umbigo do mundo” e mais três sob o título “caixinha de porcelana”.

Agradeço a você, leitor amigo, pelo alto índice de aceitação.

Bom dia Brasil!
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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Caixinha de porcelana - II

Caixinha de porcelana - II
Enéias Teles Borges

Olhando de cima para baixo é possível, para quem está fora da caixinha de porcelana, enxergar algo indescritível. Não existe apenas aquela caixinha. Existem muitas! Centenas! Milhares!

Todas com seus contextos próprios, regras próprias, costumes próprios. As caixinhas não se comunicam. É como se não soubessem da existência das demais ou como se as ignorassem. Em cada mundinho de porcelana o que vale mesmo é o que está por lá, somente ali.

A forma de acreditar em cada caixinha é fundamentada na confiança. Como todos os que residem em cada mundinho confiam nos seus líderes, neles depositam seus sagrados procedimentos. A convicção não tem como suporte o estudo diligente, individualizado e contextuado, mas o confiar em quem fala e instrui.

Principalmente por esse tipo de procedimento a caixinha de porcelana é frágil. Basta uma simples sugestão que denote a inconsistência dessa maneira de acreditar para que a linda caixinha se desfaça em milhões de pedaços.

E a caixinha, quando se despedaça, permite que os novos “moradores sem teto” enxerguem o que sempre existiu além daquela tênue fronteira: o mundo real com suas belezas e feiúras.

Eis a questão: é possível assistir à caixinha ruir e depois sobreviver conservando os mesmos princípios dantes valorizados e entronizados? É possível sobreviver à avalanche de novas informações que aparentemente conspiram contra ideais arraigados e ainda assim manter a suposta retidão que existia?

Os mundinhos de porcelana são estratagemas antigos atualizados e direcionados para a alienação coletiva das massas bem intencionadas e/ou ignorantes. Surgiram de propósito? Pode até ser que não, mas a conclusão negativa não obsta o que se pode ver e que sempre se viu: caixinhas e mais caixinhas de porcelana que existem como se fossem pequenos mundos, com regras próprias, métodos particulares e divindades sob medida.

Continua...
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terça-feira, 11 de novembro de 2008

Caixinha de porcelana - I

Caixinha de porcelana - I
Enéias Teles Borges

A caixinha de porcelana é um objeto bonito, mas frágil. A delicadeza dessa obra de arte cativa aos que a têm nas mãos ou apenas ao alcance dos olhos. Formosura, nostalgia e fragilidade.

A caixinha de porcelana, num plano figurado, é utilizada para descrever um mundo à parte do mundo real. Trata-se de um mundo maravilhoso. Oásis de sonhos cuja perspectiva remonta à poesia. Viver numa caixinha de porcelana é viver na ante-sala do paraíso. Quem vive lá? Poucos e felizes. Felizes e distantes do universo do entorno da mágica caixinha de porcelana.

O mundo na caixinha de porcelana é lindo, mas sua formosura não exclui sua fragilidade. O porém é que os habitantes da caixinha de porcelana não conseguem enxergar tal fragilidade. Fazem mais: não entendem porque as pessoas que moram fora da caixinha não entram nela. Por quê? Perguntam de forma insistente...

Os “aborígenes” da caixinha de porcelana não notam o óbvio: a caixinha é pequena. Não é possível que todos caibam nela. Os que moram nela não param para concluir que nem mesmo seus filhos têm guarida garantida lá...

Aqueles que lotearam a caixinha de porcelana nem se dão conta de que existe outro mundo lá fora. Mundo real e imenso. Mundo cheio de variações e derivações. Mundo cheio de gente. Gente com alma!

Por não se darem conta (dessa realidade) versam comentários acerca dos que moram no mundo cão! Consideram absurda a maneira como vivem os habitantes de fora. Esperam que todos tenham uma vida semelhante à forma como eles vivem - os “felizardos” habitantes do reino mágico da caixinha de porcelana.

Na caixinha vêem Deus. Lá fora enxergam o caos. Na caixinha vislumbram os céus. Lá fora, de binóculo, descortinam as mazelas do inferno. Na caixinha têm uma rotina doce e suave. Lá fora notam o absurdo da vida real...

Existe algo no reino dos que estão fora que não há no mundinho da caixinha de porcelana. Cá fora é possível ver de forma integral a formosura da caixinha de porcelana e também a sua fragilidade. Lá dentro é impossível enxergar o que ocorre cá fora. O que se consegue é detestar o mundo real como se este existisse apenas para obliterar o sol que lança seus raios...

Os que habitam a caixinha de porcelana vivem como se ignorassem a pujança daquele mundo aparentemente sem Deus, mas com vigor suficiente para elevar e destruir. Destruir inclusive a caixinha de porcelana...

Continua...
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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O umbigo do mundo - III

O umbigo do mundo - III
Enéias Teles Borges


As opiniões acerca dos dois textos o “umbigo do mundo” são curiosas e divergentes. O mais interessante é que o título pareceu para alguns como espécie de “carapuça” que, tendo sido lançada ao ar, caiu na cabeça de quem se julgou o alvo. Na realidade tal procedimento reforça a tese que tenho sobre o “umbigo do mundo”: sendo um ente egocêntrico sempre se considerará como alvo de qualquer sugestionamento (uma pena que muitos insistem em comentar apenas por e-mail).

Um pergunta que se eleva é: quem afinal, pode ser considerado como o “umbigo do mundo”? Eis aí algo notável! Essência do proselitismo que está contida em todas as agremiações religiosas.

Eu, por exemplo, cresci numa que tem como referência de “perseguição” religiosa um dia da semana. Tal dia, que aparentemente sobrepuja até mesmo a divindade, será a referência de fé e lealdade no futuro. Será tido como vencedor aquele que, por conta da manutenção da santidade desse dia, estiver disposto a passar por qualquer sofrimento para que se “guarde tal dia”. Notem que essa “perseguição” está projetada para o futuro, quando poderes religiosos e políticos tomarão atitudes conspiratórias contra esse povo e esse dia.

Existem outros que já se julgam perseguidos hoje. São os que militam tendo como estandarte a “não transfusão de sangue”. Tal grupo, mesmo hoje, teria motivos para asseverar que é o maior perseguido pelo poder temporal e com anuência do poder religioso. Muitas vezes a transfusão de sangue é feita via força judicial, não é assim?

Há outros que se sentem perseguidos por conta do que chamamos de radicalismo. Lembram-se de 11 de setembro? Vocês podem imaginar a que ponto chega o “umbigo do mundo” que se sente na obrigação de purificar a humanidade através da violência (se necessário for)? Já imaginaram egocentrismo tão brutal?

Leitor amigo: o “umbigo do mundo” é aquele que se considera como alvo preferencial da observação da divindade; crendo plenamente que tudo o que ocorre no universo é para que ele, “umbigo do mundo” mantenha absoluta atenção e esteja preparado. Não importa quantos sofrerão ou morrerão! O que mais importa é que ele “umbigo do mundo” esteja pronto para lutar, sofrer e no fim vencer. Para ele, “umbigo do mundo” o universo inteiro conspira a seu favor e essa imensidão incomensurável geme tão somente por ele...

Por hora pararei com esses tópicos, mas não sem antes deixar um convite à reflexão. Notem o quanto a cultura religiosa (não é religião) pode ser perniciosa ao incutir na mente das pessoas a idéia sempre permanente da exclusividade. Cada segmento “puxa a sardinha” para o seu lado. É como se houvesse uma disputa constante pela preferência divina. Parece-nos claro que a agremiação que conseguir “arrazoar” melhor será a nação eleita, povo escolhido, jóia divina, objeto único da misericórdia de Deus. Não é o que parece transmitir cada cultura religiosa?

Quanto egocentrismo! E tudo na forma do que insistem (equivocadamente) em chamar de religião...

Enquanto isso eu sugiro que continuem observando as análises que o “umbigo do mundo” continuará fazendo, tendo como “pano de fundo” o papa Bento XVI e o presidente americano, recém eleito, Barak Hussein Obama!
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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O umbigo do mundo - II


O umbigo do mundo - II
Enéias Teles Borges

Quando se fala da atenção de uma divindade para determinado grupo de pessoas o que surge como interrogação é a questão da Justiça divina. Seria possível um ser criador privilegiar um grupo especial em detrimento de outros? Caso assim ocorra qual seria o objetivo final?

Um estudo cristão protestante, escudado no antigo povo israelita, denotaria que aquela nação foi escolhida para receber mensagem especial e retransmiti-la ao mundo. Em “miúdos” diríamos que o antigo Israel foi escolhido para ser uma bênção para os demais povos.

Conclui-se, portanto, que os escolhidos são portadores da mensagem especial. Notem que “são portadores” o que difere, em muito, de “são detentores”.

Eis aí algo que derruba a tese do “umbigo do mundo”. Esse ente egocêntrico parece não entender o “espírito da coisa”. Tudo que acontece no mundo é um aviso para que ele, “umbigo do mundo” se proteja contra as ações deletérias dos “homens maus” que perseguirão o suposto “remanescente de Deus”.

Seria assim mesmo? O povo remanescente não deveria ver nos sinais dos tempos os eventos essenciais motivadores do testemunho ao mundo? Seria o caso de ficar preocupado com “perseguição” ou alegre por saber que o momento de testemunhar de forma universal estaria chegando?

O “umbigo do mundo” não pensa assim e não quer que seja assim. É como se os céus fossem exclusividade dele e que os “homens maus” querem persegui-lo. Perseguir por quê? O “umbigo do mundo” responde: “Somos um povo especial, que será perseguido por ser especial, que sofrerá por ser especial, que vencerá por ser especial...”

Notaram a tônica? Em nenhum momento o “umbigo do mundo” denota que ser um povo especial é ser um povo escolhido para testemunhar. Tal testemunho visa ao bem estar dos que “estão fora”, para que venham receber, de graça, a mensagem de fé e de esperança...

Como seria bom se o “umbigo do mundo” voltasse a enxergar os fatos pelo ponto de vista histórico! Como seria bom se esse grupo que se diz especial abandonasse de vez o egocentrismo que insta em ir e vir...

Aguardemos mais um pouco e logo mais veremos a realidade dos acontecimentos. Observem como o “umbigo do mundo” haverá de extrair de Obama e Bento XVI os próximos capítulos dos eventos finais e especiais.

Eventos finais e especiais? Sim! Isso mesmo! Claro que tudo voltado para ele o “umbigo do mundo”.

Continua...
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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O umbigo do mundo - I


Lembro-me de uma ocasião em que o “umbigo do mundo” se manifestou de forma incisiva e clara. Ronald Reagan era o presidente dos Estados Unidos da América e o João Paulo II era o papa. A América do Norte estava saindo de uma recessão e o papa era popular no mundo inteiro.

O “umbigo do mundo” asseverou aos quatro cantos o que estava para acontecer: a junção da política com a religião. Essa era a profecia. O “umbigo do mundo” via nisso o grande sinal vindo dos céus em sua direção. Aviso divino para ele, o importantíssimo “umbigo do mundo”.

Não faz muito tempo houve uma calamidade. Tsunami e milhares de mortes. Eis uma do “umbigo do mundo”: “aviso de Deus para que ele, “umbigo do mundo”, ficasse preparado”. Que aviso eloqüente! Quantos morreram para que o “umbigo do mundo” ficasse ciente do aviso? Trezentas mil pessoas?

Outra do “umbigo do mundo”: o papa Bento XVI nos Estados Unidos. Eis que o nosso personagem vislumbrou novo aviso: “Deus nos alerta, o poder político está de mãos dadas com o poder religioso”. O “umbigo do mundo” nem se deu conta de que o representante do poder político era nada mais, nada menos do que George W. Bush, o mais impopular presidente da história americana! Para o “umbigo do mundo” isso faz pouca diferença. Quem de fato importa é ele, “senhor umbigo do mundo”, para quem tudo acontece apenas para que ele fique atento...

O “umbigo do mundo” está de volta! A combinação é Bento XVI e Barak Hussein Obama. A mistura é claríssima, para ele, o “umbigo do mundo”. Bento XVI, segundo ele, “senhor umbigo”, é um papa surpreendente. E Obama é negro, com sobrenome ligado ao islã, simpatizante da virgem Maria, enfim um líder nato e com tendências ecumênicas...

Amigo leitor preste atenção de agora em diante. O “umbigo do mundo” vociferará, profetizará e o tempero você já sabe: o papa e o novo presidente americano.

O “senhor umbigo do mundo” tem os ingredientes ideais e não tenha dúvida: ele os utilizará.

Aguardemos...

Leia a junção do todos os textos "Umbigo do Mundo" teclando [aqui].

Enéias Teles Borges

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Cautela quanto à questão da cor...

Cautela quanto à questão da cor...
Enéias Teles Borges


O mês de novembro de 2008 será lembrado por dois motivos de alcance mundial: a conquista do Campeonato Mundial de Fórmula 1 e pela vitória democrata nos Estados Unidos da América. Os vitoriosos são Lewis Hamilton e Barak Obama. Duas pessoas que têm no sangue os traços da raça negra.

Na cidade de São Paulo há uma data especial: 20 de novembro: “consciência negra”. Feriado municipal. Alguns o chamam de feriado da “Marta” numa alusão à ex-prefeita.

Podemos observar que esse mês de novembro está trazendo novidades que envolvem a questão da cor num momento histórico. Houve conquista especial? Sim, houve, mas a cautela deve ser o prato principal a ser servido no mundo.

Não houve vitória da raça negra! Houve conquista de dois homens que são negros, mas que poderiam ser brancos. É algo interessante, estimulante e que tende à integração humana. Não houve choque de raças. Quem sabe houve vitória de talentos que poderiam advir de qualquer raça?

Movimentos surgirão em prol da política. Pessoas entendendo que o Brasil precisa de um Presidente negro. O Brasil precisa de um bom governante, independentemente da cor da pele. Ponto final!

Eu tenho em minhas veias sangue de índio, negro e branco. Vale dizer que sou a favor da cidadania e do equilíbrio entre os humanos. A busca ao equilíbrio é a minha bandeira e isso é Justiça! Não luto por uma raça e sim pela humanidade!

O que espero?

Que a vitória de Lewis Hamilton abra portas para os menos favorecidos sendo pretos, brancos e outros...

Que a conquista de Barak Obama denote, especialmente no final do seu mandato, que os seres humanos, não importando a cor da pele, podem fazer o melhor para o mundo. Que seu governo seja para o povo americano e não para um grupo específico de pele negra...

Que o mês de novembro seja visto como o da valorização do ser humano, sem preconceitos e sem racismo!
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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Em respeito à memória

Em respeito à memória
Enéias Teles Borges


O dia de finados, lembrado anualmente todo dia 02 de novembro, é a grande referência de respeito à memória dos que aqui não mais estão. Para muitos aqueles que se foram passaram dessa para outra forma de vida. Para outros tantos a morte terrena é o fim de tudo e para milhares trata-se de um sono cujo despertar é chamado de ressurreição.

Não importa a concepção escolhida, mas a reverência e respeito dedicados aos que não estão no mundo dos vivos. Não é questão de crer em que estágio está ou deixa de estar o falecido, mas respeitar quem não tem como agradecer nem como se defender. Sagrado mister é não permitir que a memória de um ausente seja maculada por pessoas inescrupulosas.

Multidões dirigiram-se a muitos cemitérios. Muito choro, pouco riso, muito comércio, muita gente...

Cantos de pessoas de fé foram ouvidos. Palavras de consolo foram direcionadas aos ouvidos carentes de refrigério. No dia dos mortos muita vida se quer oferecer aos que clamam por uma realidade mais dócil, por um mundo menos conturbado. As pessoas querem que a vida dure eternamente e por esse motivo sofrem no dia de finados. Esse dia é a maior prova existente da fragilidade humana. O dia da memória dos mortos é o dia da verdade para muitos. Dia de reflexão, dia de medo! As pessoas suspiram, param, ponderam...

Quem não pára e pensa nesse dia? Quem não se conscientiza da brevidade da vida? Quem não sente uma pontinha de medo?

Esse blog não poderia deixar de postar uma mensagem direcionada aos que no último dia 02 de novembro respeitaram a memória dos seus queridos.

Aguardemos um futuro melhor. Quem sabe tudo adiante será maravilhoso... Não podemos deixar de ter pelo menos um fio de esperança.

Bom dia Brasil!
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